"Segundo narrativa contido no Livro do Génesis (Bíblia), a Torre de Babel começou a ser construída numa época em que "o mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras", e era parte integrante do projeto de construção de uma cidade, que foi abandonado porque o Deus Bíblico (Yahveh) não apreciou o projeto dos homens e confundiu-lhes a língua. A história dessa torre pretende explicar, alegoricamente, a origem das muitas línguas faladas no mundo.
"A obra “Torre de Babel” não poderia atribuir uma posição subalterna à produção artística em favor do texto acadêmico. O livro foi posto a serviço da imagem e a pintura fez-se suporte da palavra escrita, com o propósito de transformar o antigo conflito entre o livro como instrumento do saber e o quadro como instrumento do prazer num jogo de relações intertextuais que uniu pensamento, gesto, obra e conhecimento.
Palavras em inglês, alemão, espanhol, italiano, francês, árabe, hebraico, japonês, chinês, coreano, grego, latim alternaram-se com imagens, numa tentativa de uma língua total e ao mesmo tempo fragmentada, na multiplicidade do entrecruzamento de culturas e na tradução de signos verbais em não-verbais, ao transformar um texto em outro “texto”, num emaranhado de procedimentos e de discursos: pintura, colagem, fotografia, transferência mecânica de imagens, fragmentos de textos.
Formalmente, o trabalho inspirou-se nas imagens idealizadas pelos iluministas medievais e pintores renascentistas para a representação do mito da Torre de Babel, mas também em projetos modernistas